08nov
Application 2019 – Conheça Beatriz Cunha

Beatriz foi selecionada para o Pre-College 2017 e neste ano faz parte do grupo de meninas que irão aplicar para Bolsa de Graduação nos Estados Unidos em 2019.

Conversamos com ela para saber como foi sua experiência no programa e quais são suas expectativas, confira!

Resgate um pouco a sua história com o Ganhar o Mundo. Como ficou sabendo do Programa? Como foi o processo seletivo?

Dia 26 de dezembro de 2016, uma amiga que compartilha do sonho de estudar fora me falou do programa. Era um objetivo que já tinha escolhido ter naquele final de primeiro ano. E em um processo caro e difícil como este, qualquer ajuda é ouro. Fiz a minha inscrição correndo para conseguir os documentos, meu coordenador me ajudou mesmo de férias. Foi intenso e valeu totalmente à pena. Logo nas próximas fases do processos aprendi muito sobre como escrever uma candidatura interessante, com o vídeo e textos pedidos. Sabia que mesmo que não obtivesse a aprovação teria ganho muito. Meu Application hoje é com certeza muito melhor só por eu ter tomado a decisão de perder a paz daquele intervalo entre o Natal e Ano Novo para me inscrever no Ganhar o Mundo.

Como foi a sensação de ser escolhida? Como reagiu? Como bolsistas quais eram as suas expectativas?

Cada etapa em que era aprovada era um alívio e um orgulho muito grande. “Tem tanta menina engajada e interessante que quer essa trajetória também, como assim eu estou nas X primeiras?”. Me tornar bolsista foi uma felicidade imensa, uma validação de que alguma coisa certa eu estava fazendo. E quando a euforia passou foi que eu realmente fui pensar no que isso significava. Como era um programa novo, tudo era inesperado. Minha maior expectativa era com certeza a viagem para o Prep Course, que carregava o nome da Fundação Estudar e daria um norte ao meu Application. Também queria muito conhecer quem eram as outras meninas que tinham sido selecionadas, com a certeza que conhecer perspectivas de todo o país iria acrescentar muito pessoalmente para mim.

A primeira etapa do Programa foi o processo formativo, como enxergou a importância dessa etapa da forma que foi estruturado?

Essa primeira etapa foi incrível. Primeiramente, foi essencial para entender melhor o funcionamento do programa, que ainda estava sendo lapidado e explicado. Ficou tudo mais claro e concreto. Em segundo lugar, as meninas que eu conheci lá eram muito mais do que eu podia ter esperado. Aprendi muito com as amigas que fiz lá. Foi interessante ser uma das mais novas (a maioria estava no terceiro ano) pois tudo que absorvia sobre a experiência das outras era uma lição para o ano que viria. Lembro da Samara, carioca dois anos mais velha, me dando dicas para o simulado do TOEFL durante o tempo livre, dicas que levei até a sala de prova oficial alguns meses depois. A diversidade de backgroud também tornou a experiência mais rica. Jamais teria a oportunidade de conhecer tantas mentes incríveis e ideias inovadoras de áreas diferentes da minha (computação) se não fosse essa viajem. Esse diálogo inspirou ideias que levei para as iniciativas nas quais me envolvi no Ensino Médio.

Como você enxerga a importância de uma universidade com o foco em aumentar a representatividade feminina em áreas nas quais a mulher ainda tem menos presença?

Essencial. Passei o Ensino Médio inteiro uma das poucas meninas em uma turma preparatória para vestibulares militares de engenharia. A única menina em uma sala de aula de programação. E durante essa jornada, eu tive sempre uma certeza: uma área como computação, que está à frente da inovação e desenvolvimento, não pode ter essa escassez de perspectivas diversas.

Conversando com uma menina de Wellesley, outra faculdade para mulheres, eu perguntei se seria realmente bom para mim está em uma dessas instituições. Afinal, estou convicta que quero ciência da computação. Como seria a transição de um safe space 100% feminino para um mercado em que 10% dos profissionais são mulheres? Ela disse: “imagine pensar em ‘grandes programadores’ e várias mulheres virem a sua mente”. Seria incrível, estimulante, inspirador. E infelizmente não é minha realidade agora. A força que teria por esse tipo de estímulo com certeza seria um ganho incontestável para a Bia do futuro. Women’s Colleges são sobre isso: representatividade, ajudar uma a outra a enfrentar o que vier, sobre força.

O que você acha da iniciativa da CSN e da Fundação em ter um programa direcionado para jovens mulheres?

É uma iniciativa incrível pela qual sou muito grata. Representa uma capacidade da fundação de read the room, entender o ambiente, da virada que nossa cultura está apresentando em relação a essas questões. Essa iniciativa me inspirou a estender a mão para meninas mais novas interessadas em exatas e dar a elas a força que eu tanto gostaria de ter no meu Ensino Superior. Por isso, espero que o programa tenha mais edições. Que a Fundação continue usando sua posição para mudar o mundo e nos ajudar a ganhá-lo!

E daqui para frente, quais são os seus planos? Como está se preparando para o Application?

O Application está como meu foco principal no momento. Isso significa passar estudar para ACTs e SATs com regularidade, parando apenas para tocar projetos sobre os quais vou relatar nas minhas Essays. Chego em casa e escrevo, ajusto, adiciono informações na minha candidatura. A revisão por alunos mais experientes e outros terceiranistas ano tem sido essencial para melhorar os textos, assim como a ajuda de programas de mentoria. O processo é intenso mas está sendo uma jornada de autoconhecimento e dedicação.