18 dez 2024

“A ETPC entrou na minha vida e mudou tudo. A escola mudou minha visão, minha perspectiva sobre a vida e adquiri muita independência. Eu sou muito feliz na ETPC e com o curso que eu escolhi. Aprendo muito com todo mundo e isso faz meus olhos brilharem”. 

Maria Luiza Cesar conta que sempre soube que queria seguir o caminho profissional dos pais: a mãe é técnica em química e o pai, técnico em Mecânica, formado pela ETPC. “Eu queria ser técnica e tinha que ser pela ETPC”, revela. Ela conta que, desde pequena, vendo o pai trabalhar na CSN, se sentia instigada a seguir os mesmos passos. Neste ano, ela se formou no 3º ano do Ensino Médio com Técnico em Mecatrônica, na ETPC.  

Malu se mudou para Volta Redonda, se matriculou na ETPC e começou a viver a escola. “Me envolvi em tudo que tinha de evento. Fiz palestra, virei monitora, dei aulas na escola, viajei com a escola, fiz muitas coisas. E eu acabei me apaixonando de uma forma inexplicável pela mecatrônica. Me envolvi muito com o curso, com os coordenadores e com os professores”, ela diz. 

Em novembro de 2023, abriram as inscrições para o processo seletivo de estágio da CSN e ela logo se inscreveu: “participei das entrevistas e, em todas, eu falava da minha vontade gigante de trabalhar na área, que era meu sonho, que eu queria aprender lá dentro”. Maria Luiza foi selecionada e hoje é estagiária no Alto Forno da CSN. 

Durante o último ano do Ensino Médio, Maria Luiza desenvolveu, como Trabalho de Conclusão de Curso, um braço robótico controlado à distância por uma manopla, com gestos de mão, com o objetivo de auxiliar pessoas com deficiência. Com a parte escrita do projeto feita, ela já participou de seminários e apresentações a respeito – o projeto foi apresentado, inclusive, durante o Conheça a ETPC. Para ela, estar envolvida com esse projeto a fez aprender que “eu tenho que me planejar, tenho que ter produtos sobressalentes, caso quebre ou alguma coisa estrague, por exemplo”.  

Veterano de Maria Luiza, outro aluno que também se envolveu por completo com a escola foi José Joaquim – ou JJ, como é conhecido entre os amigos. A jornada de JJ com a ETPC teve início lá em 2020, quando surgiu a oportunidade de fazer a prova do processo seletivo para bolsas de estudo na escola. Ele traçou os objetivos: fazer um curso técnico e iniciar a vida adulta capacitado para o mercado de trabalho. Passou em 1º lugar para o curso Mecatrônica e entrou para a ETPC com 100% de bolsa. 

Ainda no 1° ano do Ensino Médio, ele foi apresentado ao que define como “uma das grandes oportunidades da minha vida”, isto é, a Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), da qual foi medalhista. Em 2023, JJ esteve entre os 210 convocados para participar da seletiva que representou o Brasil na Olimpíada Internacional de Astronomia e Astronáutica, que aconteceu na Polônia. 

Ao longo dos três anos de ensino médio e técnico, a astronomia serviu como uma grande professora: JJ aprendeu sobre a área em si, mas também sobre confiança, dedicação e, principalmente, resiliência: “afinal, do momento em que eu fui apresentado a esse mundo, até ganhar uma medalha na OBA, foi um caminho árduo, que foi percorrido com todo o apoio da ETPC”.  

Hoje, já formado em Técnico em Mecatrônica pela ETPC, JJ foi aprovado esse ano para cursar Engenharia Controle e Automação, na Unicamp, e afirma: “quero continuar trabalhando na área e crescendo cada vez mais na minha carreira”.  

Para Maria Luiza, “a escola é capaz de transformar os alunos completamente. Eu não tinha dimensão do tamanho do meu sonho e a escola me transformou. A menina que entrou com 14 anos não é a mulher que está saindo da escola”. Recém formada, ela destaca que aprendeu, além das matérias, ensinamentos sobre trabalho em grupo, relações, convívio, integridade: “nós entramos lá crianças e saímos profissionais que estão entrando para o mercado de trabalho”. 

Enquanto isso, em Congonhas (MG), no Centro de Educação Tecnológica (CET), a outra escola da Fundação CSN, Vinícius Henrique Gonzaga da Silva, de 18 anos, também encontrou o lugar ideal para alcançar o sonho de entrar para a universidade.  

Ele conta que o CET “foi onde escolhi estudar para ter um bom Ensino Médio e fui muito bem recebido e acolhido. Me prepararam para entrar na universidade, alcancei 900 na redação do ENEM e hoje estudo Geologia na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)”.  

Nasceu e morou em Congonhas (MG) até o início de 2024, quando se mudou para Ouro Preto, para estudar na universidade federal da cidade, a UFOP. Com o objetivo de fazer um bom Ensino Médio e alcançar o Ensino Superior, matriculou-se em 2021 no CET, onde traçou sua trajetória até a universidade e vivenciou transformações pessoais. Entrou para a escola em um contexto pandêmico em que as aulas eram ministradas a distância e, por ter uma personalidade mais reservada, acreditou que seria difícil se integrar com toda a turma. 

O receio foi rapidamente superado quando ele se percebeu acolhido por toda a turma, sobretudo pelos professores, dos quais “as aulas, apesar de serem EAD na época, já eram excelentes. Nesse começo eu já tinha uma grande admiração pelos professores”, relembra Vinícius. A relação com o CET foi aumentando com os anos – ligação que ele avalia como essencial para que hoje se sinta confiante o suficiente para fazer sempre o seu melhor, em qualquer esfera de sua vida. 

O envolvimento durante os três anos de Ensino Médio foi tanto que, na sua formatura, recebeu da turma a medalha de comprometimento. “Para mim, significou um reconhecimento do meu esforço como um todo e o fato de que eu me integrei muito bem com todo mundo.” O esforço de Vinícius nos estudos também se materializou na nota alta no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e na aprovação em três universidades federais, em cursos na área de geografia e geologia. 

A paixão pela disciplina de geografia acompanha Vinícius desde pequeno, e no CET ele encontrou estímulo para seguir na área, “principalmente pelo professor Thiago, que apresentou durante as aulas de geografia módulos de geologia, o que me incentivou a escolher como curso da faculdade”. Por um momento, até pensou em se tornar professor de geografia, para incentivar e estimular outras gerações da maneira como ele o foi, mas acabou escolhendo seguir na geologia. 

Ir para uma universidade é uma conquista que, até o momento da aprovação no vestibular e a mudança para Ouro Preto, parecia distante para Vinícius, pois “poucas pessoas da minha família frequentaram o ambiente universitário, por falta de condições. Tanto que, quando eu estive em Ouro Preto com meus pais e outros familiares, eles estavam extremamente felizes pelo simples fato de eu ter ingressado na UFOP”, relembra. 

Nesse início de caminhada no ambiente universitário, em que tudo ainda é muito novo, Vinícius se impressionou com as estruturas do laboratório de química e do Departamento de Geologia. Para os planos futuros, vê um mundo de possibilidades, e a certeza que tem é que, com a confiança que conquistou nesses três últimos anos no CET, ele será um bom aluno e, futuramente, um bom profissional, “para um dia poder atuar com estudos que retornem algo de bom para a sociedade”. 

 

Essa e outras histórias você pode conferir em nosso Relatório de Impacto.