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Application 2019 – Conheça Bianca Boechat e Maria Livia

Maria Lívia Carvalho e Bianca Boechat fazem parte das 39 selecionadas do Programa. Com TOEFL intermediário foram selecionadas para o curso intensivo de inglês na The New School em 2017 com o propósito de melhorar a proficiência no idioma. Depois desta etapa no exterior, elas e todas as outras bolsistas continuaram a estudar inglês com o curso online oferecido pelo Programa.

Após a experiência que tiveram com o Ganhar o Mundo em 2017, Bianca e Maria Lívia avançaram no idioma e conseguiram melhorar suas pontuações no TOEFL, podendo concorrer a uma vaga para o Pre-College 2018, que exige proficiência avançada em inglês. Ambas foram selecionadas por Barnard junto com mais três bolsistas.

Conheça um pouco mais sobre cada uma.


 

1. Resgatem um pouco a história de vocês com o Ganhar o Mundo. Como ficaram sabendo do programa?

Bianca: Fiquei sabendo do programa quando minha mãe chegou em casa toda feliz, contando que a CSN tinha feito uma parceria com a Fundação CSN para a realização de um programa para meninas que gostariam estudar no exterior.

Maria Lívia: Eu fiquei sabendo do programa por um folheto que recebi na minha escola, a ETPC, que também é da Fundação CSN. Fiz minha inscrição no último dia! Pouquíssimas alunas da escola se inscreveram, eu me inscrevi e acabei sendo a única selecionada. Depois ficou aquele sentimento de oportunidade perdida, muitas meninas queriam ter se inscrito.

 

2. Como foi a sensação de ser escolhida? Como reagiram?

Bianca: Foi muito bom! Eu não acreditei de primeira. Depois que eu fiquei sabendo que mais de 700 meninas estavam concorrendo, ser selecionada foi uma honra. Após a seleção comecei a me preparar muito, senti que eu precisava estudar para aproveitar ao máximo essa oportunidade.

Maria Lívia: Eu fiquei perplexa quando soube que tinha passado! Durante a inscrição no programa, levei muito tempo pensando o que irá falar no meu vídeo de apresentação, a pergunta era porque você acredita que deve ser selecionada no Ganhar o Mundo? Falei literalmente que sou muito dedicada e que queria muito estudar no exterior e isso eram boas razões para eu ser selecionada. Depois, durante o programa percebi que era isso mesmo, que fazia sentido o que eu tinha falado.

 

3. Como foram essas experiências de aperfeiçoamento da língua e depois de vivência acadêmica em um campus universitário?

Bianca: Nossa, como foi diferente! Desde a primeira experiência que tive com o Programa, o Prep, aqui em Volta Redonda, minha cabeça já mudou muito, comecei a mudar ali. Sou de uma cidade pequena e entrar em contato com pessoas de diversas partes do Brasil abriu minha cabeça. Vi como tem gente trabalhando e lutando pelos seus sonhos, querendo mudar tantas coisas. Esse contato com pessoas com realidades tão diferentes da minha me fez pensar de outra forma e ter outras ambições e fazer a diferença no meu país. Quando cheguei nos Estados Unidos pela primeira vez com o Ganhar o Mundo adquiri muito conhecimento na The New School e depois quando retornei neste ano, pude colocar muita coisa em prática durante a vivência acadêmica em Barnard. Até me emociono em ver tudo o que conquistei. Sair de Volta Redonda e poder aprender tanto foi incrível! Com o Ganhar o Mundo, me descobri outra pessoa e também novos interesses. Voltei com a certeza de que eu posso fazer tudo. Jogar em todas as posições!

Maria Lívia: Quando você tem uma experiência dessa, você amadurece muito em diversos sentidos, não só em relação a vida acadêmica, mas também a percepção das pessoas que estão a sua volta. O ambiente muda 100% e você tem que se adequar. A viagem me proporcionou muitas descobertas e autoconhecimento. Eu sempre fui uma pessoa dedicada, curiosa, mas não sabia ao certo quais eram os motivos pelos quais eu fazia as minhas escolhas. Depois dessas experiências que tive com o Ganhar o Mundo eu sei o porquê eu faço o que faço. Eu posso não saber ainda qual faculdade fazer e qual o emprego quero ter, mas eu descobri muito sobre quem eu sou. Uma vez ouvi a frase: “somente quando o homem está sozinho ele se revela”, e foi o que aconteceu comigo, fui exposta a uma situação completamente nova, passei por essas experiências sozinha, longe da minha casa e da minha zona de conforto. Eu não voltei sabendo mais sobre o mundo, mas sabendo muito mais sobre mim e isso não tem preço, me tornei uma pessoa mais segura. Minhas conquistas no Ganhar o Mundo me possibilitaram acreditar que independente da área que eu escolha, eu sempre vou dar o meu melhor.

 

4. Como vocês enxergam a importância de uma universidade com o foco em aumentar a representatividade feminina em áreas nas quais a mulher ainda tem menos presença?

Bianca: É muito importante para nós ter esse espaço. Barnard é irmã de Columbia, então você tem acesso a tudo que a Columbia oferece, mas em uma comunidade só para mulheres, um espaço para crescermos juntas, isso torna a experiência acadêmica muito melhor e proporciona um crescimento muito grande.

Maria Lívia: A minha primeira impressão foi: será que estar apenas com mulheres não vai me tornar despreparada para lidar com os homens no mercado de trabalho? Mas depois eu percebi que quando você está em um grupo só de mulheres você se sente mais confortável para se expressar, e quando você se expressa e coloca o que pensa para fora, se sente mais segura e aprende a expor suas ideias, além de absorver mais as coisas. Você aprende mais junto com um grupo que está passando por tudo o que você está passando, é um ambiente muito acolhedor. Estar em Nova Iorque para alguém como eu que nunca havia saído do Rio de Janeiro, também é outro fator de aprendizado. A cidade é mais igualitária, é claramente diferente, você percebe que as pessoas são tratadas da mesma forma e assim você também sai de lá mais adaptada à igualdade de gênero. Outra realidade foi introduzida para nós, voltamos para o Brasil com uma ideia muito mais ampla do que é certo e do que não é. Às vezes, um comportamento que aqui você achava normal, mas que era sexista, lá você percebe que não é normal, e que você não precisa aceitar isso.

 

5. Como vocês enxergam a iniciativa da CSN e da Fundação em ter um programa direcionado para jovens mulheres?

Bianca: Acredito que é uma iniciativa que nos empodera e nos ajuda a empoderar outras mulheres. Porque entramos em contato com uma sociedade muito mais igualitária que nos faz pensar e voltar para cá, ou para qualquer outro lugar, com outra cabeça, outra maturidade. Quando você muda, percebe que o ambiente em que você está também muda, então é incrível ver você mudando e transformando a realidade na qual vive.

Maria Lívia: Acho a iniciativa da CSN e da Fundação muito importante e interessante, por mais que tenha poucos programas para jovens brasileiros estudarem no exterior – o Brasil é um país que deveria ter muito mais incentivo nesse sentido – há menos programas que focam e se preocupam com a equidade de gênero. A partir do momento que a empresa coloca isso como um propósito, uma causa: “nós vamos fazer isso para apoiar meninas”, estão fazendo ainda mais do que só apoiar com o estudo no exterior, estão colaborando para a igualdade entre os gêneros na sociedade.

 

6. E daqui para frente, quais são planos?

Bianca: O plano é estudar no exterior! Fazer de tudo para isso acontecer. Eu tenho um backup plan, mas o que eu quero mesmo é estudar fora. Agora tenho que estudar para o SAT e focar no que eu posso incrementar o meu application. Ainda não sei exatamente o que quero cursar e uma das vantagens de estudar nos Estados Unidos é que não precisamos escolher o curso logo de cara. Você entra na universidade, se familiariza com as aulas, com as áreas, seus interesses e depois define qual curso seguir. Estou pensando em estudar economia. Eu gosto de matemática, geopolítica, filosofia e sociologia. Até então, acho que economia é um curso que juntou isso tudo. Mas independentemente da escolha do curso, sei que não precisarei abdicar das minhas outras paixões ou deixar de me dedicar à elas, como artes e moda, matérias que cursei durante a minha estadia em Barnard.”

Maria Lívia: Meu plano é fazer de tudo para fazer graduação fora! Tenho um plano B, C, D…, mas o plano A é América! Também acho que a maior vantagem de estudar nos Estados Unidos é poder definir o seu curso depois de entrar na universidade. Eu tenho interesse em áreas completamente diferente como química, artes e social, ainda não defini, mas sei que é importante manter a cabeça aberta para os diferentes interesses e se dedicar ao máximo ao que escolher fazer, onde quer que seja.