O mês de agosto marcou o encerramento da 4ª edição do Histórias que Ficam, programa da Fundação CSN que contempla toda a cadeia produtiva do audiovisual brasileiro, desde o desenvolvimento do projeto até a exibição, passando por consultorias e laboratórios especializados. O evento foi realizado na Unibes Cultural, no dia 07 de agosto, data que celebra o Dia Nacional do Documentário Brasileiro.
Esta edição do programa, que bateu recorde de inscrição com mais de 352 projetos inscritos, vindos de 21 estados de todas as regiões do Brasil, reforça a relevância nacional da iniciativa. Entre eles, quatro documentários foram selecionados e, ao longo de dois anos, passaram por um intenso processo de acompanhamento e formação com especialistas do setor audiovisual.
Para Daniela Capelato, consultora permanente do programa, o resultado desta edição reforça o papel transformador do documentário no setor audiovisual: “Fomos surpreendidos não apenas pelo número de projetos inscritos, mas, sobretudo, pela qualidade e diversidade das propostas. Cada obra selecionada amadureceu ao longo do processo, revelando olhares originais e críticos que reafirmam o documentário como território de invenção, memória e resistência”.
Durante a imersão, as quatro propostas de documentários contempladas pelo programa -Aqui Não Entra Luz; Boy; Corpo e Alma; Encontrando Norma – apresentaram o primeiro corte dos materiais e receberam consultorias de três profissionais do audiovisual: Daniela Capelato, Isabela Monteiro de Castro e Cao Guimarães, relembre como foi.
Filme | Diretor(a) | Sinopse |
Aqui não entra luz | Karol Maia | O filme aborda a realidade do trabalho doméstico no Brasil, conectando temas como inclusão, igualdade racial, gênero e democracia |
Boy | Michel Carvalho | O filme discute a hiperssexualização e os direitos da população negra LGBTQIA+ |
Encontrando Norma | Lívia Perez | O documentário resgata a memória da filósofa e cineasta Norma Bahia, figura pioneira apagada da história oficial do cinema brasileiro |
Corpo e Alma | Carlos Nader | O filme trata sobre a exibição dos corpos nas redes sociais, levantando perguntas acerca do mundo fitness dos influenciadores, padrões de beleza, harmonização e culto ao físico |
André Leonardi, Gerente Geral da Fundação CSN, reforça que a iniciativa cumpre sua missão de estimular o audiovisual como instrumento de impacto social: “Mais de uma década após sua criação, o Histórias que Ficam segue como um espaço fundamental para formação, reflexão e fomento do documentário brasileiro. É uma alegria apoiar histórias que não apenas emocionam, mas também provocam diálogo e transformação social”.
O Pitching de Impacto, foi a última etapa da edição, a programação reuniu público, realizadores e jurados para conhecer os recortes das produções e suas campanhas de impacto. O grande destaque foi o documentário ‘Aqui não entra luz’, de Karol Maia, vencedor do Prêmio Campanha de Impacto, que receberá R$ 100 mil para distribuição da obra. O filme aborda a realidade do trabalho doméstico no Brasil, conectando temas como inclusão, igualdade racial, gênero e democracia, questões centrais que se alinham à agenda ESG e com os compromissos sociais do Grupo CSN.
“Aqui não entra luz” é um filme que nasce da urgência de dar visibilidade a histórias que sempre estiveram presentes, mas foram sistematicamente silenciadas. Receber este reconhecimento é um passo importante para que a luta e a voz dessas mulheres alcancem cada vez mais pessoas”, afirma a diretora Karol Maia.
Em setembro, a produção de Karol Maia estreia no 58º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, na categoria ‘Mostra Competitiva Nacional – Longas’. O evento acontece entre os dias 12 e 20, no Cine Brasília, na capital federal.
Além da obra vencedora, outros dois documentários concorreram ao prêmio final: ‘Boy’, de Michel Carvalho, que discute a hiperssexualização e os direitos da população negra LGBTQIA+, mostrando o dia a dia de garotos de programa negros na cidade de São Paulo; e ‘Encontrando Norma’, de Lívia Perez, que resgata a memória da filósofa e cineasta Norma Bahia, figura pioneira apagada da história oficial do cinema brasileiro.
Com quatro edições realizadas desde sua criação, o Histórias que Ficam consolidou-se como um dos mais importantes programas de apoio ao documentário no país, incentivando a diversidade de vozes, narrativas e perspectivas que enriquecem o cinema brasileiro.