Uma vez eu li um texto do Marcelo Penteado que dizia que toda viagem é uma ida sem volta. Após quatro semanas em Nova Iorque, quase um mês longe de tudo que eu já estava há 17 anos tão acostumada, eu posso comprovar que é verdade. A Larissa que deixou a mãe chorosa em casa não é, de jeito nenhum, a mesma Larissa que vai retornar para os abraços cheios de saudades. Essa foi uma experiência tão enriquecedora, que eu diria que sou, agora, uma pessoa diferente. Às vezes acho que até a minha aparência mudou. Bom, ao menos a minha forma de me olhar no espelho não tem sido igual. Eu não lembro de ter visto um sorriso tão confiante há muito tempo! E aposto que a maneira das pessoas olharem pra mim está para mudar também, sabe por quê? Porque eu comprei um blazer. Eu não sei como foi que eu virei essa pessoa que usa blazers, só sei que ele tem sido necessário.
Eu vim para os EUA na inocência de adquirir mais referências acadêmicas: conhecimentos sobre arte, moda, história, sociologia, sobre a língua inglesa e sobre diferentes culturas. E eu consegui. Com certeza é uma bagagem que eu mal posso esperar para compartilhar com meus amigos, professores e colegas de classe. É algo que vai enriquecer meu currículo e que ampliou meu nível de leitura e escrita. Entretanto, todo esse conhecimento acadêmico não chega perto da imensidão da consciência que eu adquiri de mim mesma.
Classe média, escola particular, pais presentes em todos os momentos, amigos solidários… isso tudo é um privilégio e um conforto que poucos possuem e sou muito grata por tudo. Porém, a má notícia é que nem sempre todo esse cuidado nos prepara para o que é a vida universitária e sozinha em outro país. A boa notícia é que durante uma viagem como essa, você TEM que sair da zona de conforto e isso te traz um desenvolvimento pessoal sem comparação. A seguir, coisas que eu fui obrigada a aprender: socializar com pessoas totalmente estranhas de outros países e culturas, lavar minha própria roupa, controlar meu dinheiro, beber água o suficiente para não ficar desidratada (sério, isso foi um big deal pra mim), não procrastinar, controlar a saudade de casa, ser uma boa colega de quarto, resolver meus próprios problemas, lidar com imprevistos, reconhecer meus limites, entre outros. Viu? Na escola do amadurecimento não existe a opção ficar redoma de vidro que seus pais construíram para você.
Isso tudo é aprendizado adquirido por apenas um mês! Dá pra acreditar? Foi tudo tão intenso que mal creio que já está acabando. Estou triste que está no final, porém infinitas vezes mais feliz porque aconteceu. Gratidão resume tudo o que eu estou sentindo agora. Gratidão por ter vivido a experiência, por ter conhecido pessoas incríveis, por ter tido a melhor viagem de todos os tempos. Obrigada, CSN e Equipe Ganhar o Mundo!
Uma nova Larissa retorna para casa, tô morrendo de saudades, Brasil!
Until we meet again, New York! ❤️
Por Larissa Dias, bolsista do Ganhar o Mundo.