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JJ, o menino que queria ganhar o espaço

Conheça a trajetória de José Joaquim, aluno da ETPC, que o levou à seletiva internacional da OBA 

“Até porque, no meio disso tudo, sempre há um tempinho para olhar pro céu e contemplar as estrelas. Afinal, somos todos poeira delas.” Foi fazendo referência ao autor e cientista planetário Carl Sagan, de quem é grande fã, que José Joaquim, nosso aluno do 3º ano de Mecatrônica na ETPC, compartilhou um pouco da sua trajetória, que consiste numa rotina atribulada em meio às atividades do Ensino Médio com ensino técnico e à preparação para a Olimpíada Internacional de Astronomia e Astronáutica. 

JJ – como é conhecido entre os amigos – está entre os 210 convocados para participar da seletiva para formar a equipe que representará o Brasil na Olimpíada Internacional de Astronomia e Astronáutica, que esse ano acontecerá na Polônia.  

Aos 17 anos, é assim que JJ tem levado a vida ultimamente. Mas sua jornada teve início lá em 2020, quando surgiu a oportunidade de fazer a prova do processo seletivo para bolsas de estudo na nossa escola que fica em Volta Redonda, no interior do Rio de Janeiro. Seus objetivos já estavam bem traçados: fazer um curso técnico e iniciar a vida adulta capacitado para o mercado de trabalho. Passou em primeiro lugar para o curso Mecatrônica e entrou para a ETPC com 100% de bolsa. 

Ainda no 1° ano, Joaquim Lopes, atualmente diretor da ETPC, quando era professor de física o apresentou ao que o próprio JJ define como “uma das grandes oportunidades da minha vida”, isto é, a Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA). Desde então, ao longo desses três anos de ensino médio e técnico, a astronomia também tem servido como uma grande professora: JJ aprende sobre a área em si, mas também sobre confiança, dedicação e, principalmente, resiliência: “afinal, do momento em que eu fui apresentado a esse mundo, até ganhar uma medalha na OBA, foi um caminho árduo”, explica ele. Hoje, JJ se considera um astrônomo amador e, por com sua classificação, já se encontra entre os melhores olímpicos da astronomia do Brasil.   

Para além da astronomia, cursar uma formação técnica tem sido um divisor de águas em sua história. Ele dividiu detalhes da rotina de um medalhista da OBA: “Minha semana é totalmente cheia: de manhã, trabalho no estágio; à tarde, são as aulas do médio; e à noite, as do técnico”. Em meio à agenda cheia, o que mais lhe faz brilhar os olhos é a chance de levar os conceitos aprendidos em sala de aula e levar para um laboratório, que ele descreve como incrível. “Agora, sair de um laboratório e entrar em uma empresa é uma oportunidade única. Ainda mais se tudo isso ocorre aos seus 17 anos de idade”, complementa.   

Não bastando trabalhar e estudar durante toda a semana, seus finais de semana também são preciosos: aos sábados e domingos ele descansa, mas com algumas exceções, quando tira os dias para se dedicar aos estudos também dentro de casa. Seu objetivo para o final deste ano é prestar vestibular – ele quer entrar para as melhores universidades do país. “São revisões e exercícios para que eu chegue ao nível das faculdades mais concorridas do Brasil. Por isso meu esforço dentro de casa é tão importante quanto a minha presença nas aulas”, explica.  

Agora, seu sonho é se formar Técnico em Mecatrônica na ETPC e cursar Engenharia aeroespacial: “quero continuar trabalhando na área e crescendo cada vez mais na minha carreira”. JJ conta que também já tem planos futuros, como, por exemplo, fazer uma pós-graduação em astrofísica.  

A próxima etapa da seletiva internacional acontece neste mês de maio, na qual 40 candidatos retornarão ao Hotel Fazenda Ribeirão. E JJ estará brilhando por lá e estaremos torcendo daqui.