11set
Larissa: apaixonada por mecatrônica e entusiasta da astronomia

Conheça a história da aluna da ETPC que está desenvolvendo uma prótese biônica como trabalho de conclusão de curso 

 

Larissa Paixão entrou para a ETPC em 2021, depois de muito pesquisar, ouvir recomendações e decidir que mecatrônica seria o curso que mais combinava com seu perfil. Hoje com 18 anos, ela cursa o terceiro ano do Ensino Médio junto com o Técnico em Mecatrônica, possui bolsa integral e se descreve como “apaixonada por eletrônica, programação e mecânica”. 

Agora, nesse seu último ano na escola, a jovem está imersa e dedicada ao seu Trabalho de Conclusão de Curso, que consiste numa prótese biônica – dispositivo que funciona por meio de sensores conectados ao músculo do paciente – para adultos com amputação do antebraço. O projeto, que está sendo desenvolvido em grupo foca na acessibilidade a partir do uso de materiais impressos em 3D e do microcontrolador Arduino Nano, vem ganhando destaque pelo impacto social de beneficiar pessoas que nasceram sem o membro. 

Mas a linha do tempo de Larissa enquanto aluna da ETPC começou a ganhar destaque quando ela ainda estava no primeiro ano do Ensino Médio e participou da Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA) – algo que tornou a repetir no ano seguinte, sempre incentivada pelo diretor da escola, Joaquim Lopes. Ela conta que gostou muito da experiência “porque também tenho gosto por essa área [da astronomia], para além da mecatrônica”. Foi por admirar a astronomia que ela passou a acompanhar diversas páginas relacionadas ao tema nas redes sociais. Como resultado, em 2022, ela conheceu o Astrominas, projeto do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo (USP).  

Um ano depois de ter o primeiro contato com o projeto da USP, Larissa conseguiu uma vaga para participar das aulas e, durante 15 dias, estudou as mais variadas áreas da ciência com cerca de outras 600 mulheres de todo o Brasil. Isso porque o Astrominas trata de diversos temas que vão além da astronomia, incluindo diferentes culturas, problemas sociais, meio ambiente, mulheres na ciência, física moderna, computação quântica, buracos negros e tecnologias do amanhã. O conteúdo do curso é baseado em videoaulas elaboradas por mulheres cientistas da USP e oferece trabalhos em grupo e individuais para as estudantes, além de experimentos práticos e muita interação em grupo.  

Durante as duas semanas de curso, Larissa conta que conseguiu “trocar ideias com meninas da minha idade de diversos estados, desde São Paulo até Amapá, o que contribuiu para ter sido uma experiência incrível, essa de poder conversar sobre assuntos em comum e fazer trabalhos com meninas do mundo das ciências de vários lugares do Brasil”. 

Larissa explica que o projeto incentiva e apoia mulheres que querem seguir carreira na ciência, que, “por se tratar de uma área com pouca visibilidade e pouca participação feminina, muitas meninas acabam desistindo de seus sonhos profissionais”. Por isso, para ela, o Astrominas, junto de todas as mulheres cientistas do IAG, “serve de inspiração para todos os públicos, e é animador ver as cientistas e entusiastas reunidas em prol do conhecimento e da visibilidade”. 

Prestes a concluir o Ensino Médio, a jovem estudante já começa a fazer planos para o futuro: para a graduação, pretende se inscrever no curso de Engenharia Mecânica “porque o universo do automobilismo também é uma paixão” e, futuramente, quer realizar uma pós-graduação em Automação “para dar continuidade ao curso técnico que comecei na escola”. Para ela, a ETPC, seu projeto de conclusão do curso e as aulas no programa da USP a motivam a continuar perseguindo seus sonhos: “estou passando por um momento de muitos aprendizados e sinto que estou no caminho certo”. Hoje seu maior sonho é concluir a formação e poder trabalhar com automobilismo, “talvez como engenheira, talvez como piloto”.