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Tambores de Aço em São Paulo: conheça as histórias Marcela e Gustavo, bolsistas do grupo musical da Fundação CSN

Com estilo próprio, um repertório eclético e influenciados pelas músicas brasileira, caribenha e latino-americana, o grupo Tambores de Aço Fundação CSN já se apresentaram em diversas cidades do Brasil. Agora, no mês de novembro, o grupo chega à capital paulista com a turnê Nossas Raízes. Neste sábado (10/11) o encontro com o público será na 35ª Bienal de Artes de São Paulo, trazendo um repertório com muito samba raiz. Confira a história de alguns dos integrantes sobre a relação com a música, com a arte e descubra como o projeto vem transformando vidas.  

Gustavo Gomes é estudante de Direito e se tornou bolsista do grupo Tambores de Aço em 2021. Antes disso, ele passou pelo Garoto Cidadão, onde começou aos 10 anos e, nos últimos momentos de projeto, fez parte do Grupo Avançados, que conta com momentos de troca de ideias sobre projetos de vida para o futuro. Foi nesse contexto que ele conheceu o Fórum da Juventude Sul Fluminense em Ação, onde desenvolveu sua a primeira pesquisa sobre participação social. Com essa sucessão de acontecimentos, o vínculo de Gustavo com a Fundação CSN se fortalece cada vez mais. 

Dentro do Garoto Cidadão, ele passou por diversas atividades, como comunicação e expressão, teatro, música e dança. “Aproveitei muito essa minha experiência com a Fundação, que me ajudou a entender que posso e que tenho capacidade de me desafiar a querer fazer mais, de participar mais e a ser criativo em áreas diferentes”, explica. 

Para ele, fazer parte de um projeto como o Tambores de Aço, com acesso à arte e cultura, impactou na forma como ele se coloca para o mundo e fala de assuntos mais complexos de maneira mais acessível. “Consigo falar de Direito usando uma linguagem menos formal e esse que é o impacto da cultura e da arte na minha vida: faz com que, independentemente do ambiente em que eu esteja, a partir desses meus conhecimentos adquiridos com a Fundação CSN, eu consigo transformá-lo em um lugar mais tranquilo de lidar, mais fácil de se interpretar”.  

Como bolsista, Gustavo diz que tem a oportunidade de saber lidar com trabalho em grupo, de entender como funciona uma orquestra e de perceber que esse processo não fica somente restrito somente ao universo da música. Para ele, as coisas da vida e do universo fluem como a música, porque “tudo tem um som. E é isso que eu aprendo na música: o ritmo. Se pararmos para analisar, o nosso coração bate em um ritmo, a vida acontece em um ritmo”. São essas dimensões da música que ele tem conseguido levar para o cotidiano. “Eu me apaixonei de primeira pelos Tambores de Aço. Acredito muito que a arte em si não se desvincula da pessoa, então todo esse processo cultural que eu tive me auxilia na transformação de ideias, de enxergar a realidade, de me colocar na realidade do outro”, conta. 

Hoje, Gustavo é pesquisador do CIESP e foi selecionado para ir para a Índia para representar sua pesquisa acadêmica. “Em todos esses momentos da minha trajetória eu vi a importância de um projeto sociocultural na minha vida, porque foi com o Garoto Cidadão que eu conheci o Fórum da Juventude e, por isso, passei a ter esse engajamento nas causas que acredito e defendo”. Para ele, a Fundação CSN o ajudou a ter mais consciência de mundo e a entender sobre a própria realidade: “eu não teria me motivado a estudar para fazer uma faculdade ou para alcançar outros objetivos”, comenta. Agora, o próximo passo é se tornar diplomata. 

“Eu e Gustavo nos chamamos de madrinha ou de Coisa 1 e Coisa 2. Quando tem entrevista ou precisa falar com alguma área externa, nós dois falamos”, relata Marcela Pereira. Aos 17 anos, ela é quem conduz o double second na equipe do Tambores de Aço, mas sua história com a Fundação CSN começou há 10 anos. Também tendo passado pelo Garoto Cidadão, ela enxerga o projeto da Fundação CSN como um divisor de águas em sua vida. 

Em meio às aulas de música e apresentações de palco, Marcela conta que conseguiu se desenvolver como pessoa e artista graças ao afeto, acolhimento e dedicação encontrados junto aos educadores do Garoto Cidadão. Hoje, ela estuda Gestão de Recursos Humanos e segue levando a música como um hobby especial. “A gente vem de periferia, de bairros que são violentos. E aqui é onde a gente consegue mostrar a nossa arte, a nossa voz e externalizar o que sentimos por dentro. É dentro do projeto que conseguimos mostrar que não somos só mais um vivendo naquele ambiente”. Marcela e Gustavo são companheiros de música dentro do Tambores de Aço. Ela conta que tem no amigo um espelho, um exemplo: “Ele é uma pessoa que eu olho e penso que quero ser igual quando crescer. O Gustavo é uma pessoa muito ativa nas causas que ele defende, e é muito bonito ver uma pessoa empenhada em causas tão grandes com a idade que ele tem”. 

Quando entrou para o Tambores de Aço, Marcela lembra do nervosismo por nunca tinha feito uma apresentação antes. Desde então, a paixão pela música vem crescendo. “A Fundação CSN foi e continua sendo muito importante para minha vida. Porque eu sei que, junto com os projetos dos quais participei, eu consegui desenvolver o meu ‘eu’; eu consegui ter força de vontade de querer algo a mais para a minha vida”. Ela pontua que, tanto o Garoto Cidadão como o Tambores de Aço, são espaços em que jovens como ela conseguem mostrar a própria arte e a própria voz. “Eu sou a Marcela, tenho uma história e carrego uma arte e uma voz dentro de mim. E eu tenho direitos e deveres que a Fundação CSN me mostrou quais são, e eu tenho o direito de reivindicar meu local de fala e de poder falar para outras crianças e adolescentes.” 

Ela também conheceu o Fórum de Juventude Fluminense em Ação durante o tempo que passou no Garoto Cidadão: “ali eu consegui ter dimensão do quão importante era eu ser uma criança que tinha uma voz ativa para as outras crianças. Nesse sentido, eu e Gustavo tivemos uma trajetória muito parecidas”. 

Marcela ressalta que a Fundação CSN, o Garoto Cidadão e o Tambores de Aço, juntos, são uma “espécie de engrenagem que dá suporte e nos mostra que podemos sonhar e que é possível realizar sonhos”. Para ela, existe uma vida antes e outra depois da Fundação CSN. Hoje, ao olhar para trás, “vejo a Marcela pequena, uma criança tímida e que não falava com ninguém, e agora sou uma pessoa que acredito que posso e consigo conquistar o que eu quiser”. 

Ela descreve o Tambores de Aço como “um local divertido e acolhedor, onde os professores são presentes e afetuosos com os integrantes; onde existe diversidade, com crianças e adolescentes de todos os jeitos e trejeitos”. Marcela reitera que, como parte do grupo musical, “Nos olham como seres humanos, olham a nossa arte e não te classificam, independentemente de sexualidade, gênero ou religião. Isso é o legado do Tambores de Aço e da Fundação CSN, porque você se sente acolhido independe de qual nicho você esteja”. 

Neste ano, por exemplo, ela e o grupo participaram do Festival de Inverno de Bonito (MS), experiência que descreveu como “muito, muito, muito incrível”. Marcela explica que, por ter sido um evento de grande porte, com vários dias de duração e que contou com a participação de pessoas de renome no mundo musical brasileiro, foi uma oportunidade gratificante: “ficamos agradecidos por conseguirmos tirar tanta coisa do Festival”. Para Marcela, poder ver de perto uma artista tão admirada como a cantora Iza permite “aproveitar ensinamentos que são mais do que bem-vindos aos Tambores, para as meninas que ficam na linha de frente do grupo, para as cantoras – incluindo a forma de se portar em cima do palco”.  

O Festival de Inverno de Bonito foi um momento de aprendizado profissional para os jovens músicos e que, “pessoalmente falando, foi uma experiência incrível porque tivemos a oportunidade de ver o show de uma pessoa tão grande como a Iza e poder participar de um evento do qual ela – e vários outros artistas – participou é indescritível”, relata. Uma experiência que, como Marcela define, será lembrada pelo resto da vida. 

Acompanhe a turnê dos Tambores de Aço no site! 

 

Confira a história de Marcela, Gustavo e de muitas outras pessoas no nosso Relatório de Impacto de 2022